quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CODORNAS COM CASTANHA DE CAJÚ E PIMENTA ROSA - UM ALMOÇO TUPINAMBÁ PARA HANS STADEN



Ingredientes:
6 codornas
1 xícara de castanhas de caju
2 batatas médias picadas
1 cebola picada
7 cerejas marrasquino picadas
1 colher de sobremesa do caldo da cereja
2 colheres de sopa de azeite extra virgem
2 colheres de sobremesa de vinagre balsâmico
tomilho à gosto
sal à gosto
Molho vinha d’alhos:
1 copo e meio de vinho tinto seco
7 dentes de alho
1 colher de chá de pimenta rosa
1 colher de chá de gergelim negro
1 colher de chá de noz moscada
1 colher de sopa de tomilho
sal à gosto

Preparo:
do vinha d’alhos:
Socar o alho, o gergelim negro, a pimenta rosa e a noz moscada. Misture tudo ao vinho, acrescente o sal. Coloque as codornas ao molho, misture bem, acrescente o tomilho sobre as codornas e o vinha d’alhos e deixe marinar por cerca de uma hora.
Preparo do recheio:
Triture grosseiramente as castanhas de caju. Picar as batatas e a cebola em cubos muito pequenos. Misture tudo em uma vasilha, acrescente as cerejas picadas com uma colher da calda da cereja, o tomilho, o sal, o azeite e o vinagre balsâmico, mexendo sempre.

Recheie bem as codornas, deixando-as bem estufadas. Feche as codornas com palitos ou costure com linha.
Coloque a codornas recheadas numa assadeira e regue com o molho vinha d’alhos.
Cubra com papel laminado e leve ao forno quente por cerca de 50 minutos. Retire o laminado, vire as codornas, regue com o molho restante na assadeira e deixe gratinar por cerca de 20 minutos.
Servir com arroz de açafrão e arroz negro (a mistura de ambos). Esse é o acompanhamento ideal, mas pode servir só com arroz branco.
Preparo do acompanhamento (opcional):
Cozinhar uma xícara de arroz com sal, alho e açafrão.
Refogue uma xícara de arroz negro em meia xícara de bacon, uma colher de azeite, 4 dentes de alho e sal à gosto. Após refogar bem, junte trás xícaras de água quente e cozinhe. Junte ambos, em partes iguais, misture e sirva com a codorna.

Bebida:
Um bom vinho tinto carmenére chileno.

Música:
Ouvimos Milton Nascimento, Oscar Peterson e Stephane Grapelli, e o sofisticado som brasileiro dos violões do “Quarteto Maogane”, dentre outros

OBS: A culinária, mais que definir, aproxima as fronteiras. Guarda nas misturas a evolução dos contatos e intercâmbios entre os povos, entre as culturas, entre os indivíduos. A castanha de caju e sua prima, a pimenta rosa (Schinus terebinthifolius Raddi – nativa do Brasil e fruto da aroeira vermelha), foram apropriados por outros povos, ganharam outros nomes (poivre rose, pink pepper), mas guardam a identidade de sua origem. Arbustos das restingas brasileiras, definem no seu sabor a força e a luz das tardes praianas do Brasil e da culinária dos índios brasileiros, presentes em nossa genética, em nossa cultura. Seu encontro com a codorna européia transmite em seu sabor o quanto a mistura pode ser saborosa, “antropofágica”, como Hans Staden e os tupinambás. Ao se associar o vinho chileno, como resistência de uma uva européia que só se manteve viva no Chile, repetimos um encontro único, só possível na América do Sul.
Neste dia assitimos ao resgate dos 33 chilenos e a eles dedicamos este prato, com amor e alegria de vê-los resgatados. Volver a la vida!!!!

Márcia

Nenhum comentário:

Postar um comentário